domingo, 12 de fevereiro de 2012

Não existe distância, existe tempo

O tempo nunca foi meu melhor amigo. Era daquelas que controlava tudo no relógio. Sofria antes de dormir só por contar quantas horas eu iria dormir.
Ah "a perda de tempo"... se uma coisa não dava certo, "ela" estava sempre lá. Confesso que foi "ela" que me incentivou a mudar de país. "Ela" estava no trânsito (priiiincipalmente), nas filas, até nas pessoas. Não era um aprendizado, não era uma experiência, era simplesmene "ela": a perda de tempo.
Ficar parada alguns minutos com a pia cheia de louça, era sinônimo de culpa. É engraçado perceber como enxergo as coisas de outra forma agora, e interessante analisar como era num passado muito próximo.
Minha família está longe. Enquanto estou em Portugal eles estão no Brasil, mas calculo essa distância em tempo, literalmente. Estou há meses de distância deles. Para frente ou para trás. A gente pode estar muito perto de alguém e mesmo assim o tempo ter criado um distanciamento enorme, e o mais importante, irrecuperável. Porque um avião te leva a qualquer lugar, mas o relógio... esse não volta mais.
O tempo hoje pra mim significa a distância entre mim e qualquer outra coisa.
Se hoje estou sem dinheiro, eu vou ter dinheiro. Entre nós, está o apenas o tempo (e trabalho, óbvio).
O tempo continua não sendo muito meu amigo, acho que o de ninguém. Ninguém gosta de envelhecer, perder oportunidades, grandes ou pequenos momentos. É por serem únicos que são tão preciosos.
Sempre vamos achar que 24 horas não são suficientes para resolvermos tudo que gostaríamos. Com certeza, para o que é importante, dá e sobra.
É por isso que tenho tentado desfrutá-lo da melhor forma possível, hoje.
O resto, é uma questão de tempo.
Taí meu bolo de aniversário para comemorar o tempo

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