terça-feira, 10 de julho de 2012

Pronto, falei!


Eu apoio este grupo de pais que se preocupa com a publicidade infantil. Faço parte, compartilho, posto o conteúdo coletivo (como o último).
Eles realmente me fizeram pensar sobre o assunto, e cheguei a uma conclusão: todo esse auê me parece um desperdício enoooorme de energia.
Primeiro porque, como publicitária, fico com dó da ingenuidade dos pais que cobram do Conar uma postura mais rigorosa frente aos comerciais abusivos. O Conar é um órgão AUTO-regulamentador. O que se deve esperar de um publicitário que julga outro publicitário?
Desde que comecei na propaganda, há quase 10 anos, "todo mundo" sabe (pelo menos eu achava que sabiam) que "todo mundo" faz um comercial teoricamente proibido e veicula, ou melhor bombardeia, na sexta, sábado e domingo, porque o Conar só vai intervir na segunda feira, já que não trabalha no fim de semana. Não há veiculação na segunda feira, não porque o Conar vetou, mas porque já é programado para ser assim, já que é óbvio que vai ser vetado, o investimento é só para aquele período.
Sim, pessoal, a propaganda pode ser cruel.
A indústria farmaceutica não faz campanha de prevenção ao câncer de mama porque ela é bacana, mas porque quanto antes você descobrir a doença, mais tempo você irá usar o remédio deles.
Dos países do BRIC (os emergentes Brasil, Russia, India e China) só o Brasil está indo no caminho inverso de crescimento, incentiva ferozmente o consumo interno, baixa imposto, dá crédito, enquanto os outros países produzem e investem, nós produzimos e consumimos.
O Brasil escolheu viver bem o hoje, sem pensar no amanhã. E o povo larga carro, geladeira e sofá na rua, porque "precisa" trocar. Algo totalmente mal planejado, mas já estou me perdendo, porque isso é assunto para outro post.
Voltando ao consumo consciente infantil, hoje achei que o grupo de pais responsáveis forçaram a barra criticando a campanha da SuperNanny.
Achei um desperdício de energia mesmo. A fórmula publicitária "tudo errado para apresentar a solução" é a mais antiga de todas.
Pra mim, é difícil mesmo convercer meu filho que não dá, e nem se desse, ele teria todos aqueles brinquedos anunciados.
Mas olha, se não quer que seu filho seja influenciado pelos comerciais de tv, não brigue na justiça para proibí-los... tem uma coisa muito mais fácil e menos dispendiosa do que isso: o controle remoto.
"Na boa véi"... desliga a tv, para de reclamar, e vá brincar com seu filho! A probabilidade de ele gostar muito mais de empinar pipa do que o Max Steel é enorme, tenho certeza.
Quem está engajado no tal grupo, é porque se preocupa. Quem não está, obviamente não vai se engajar, e aí, não temos muito o que fazer por eles a não ser ajudar a conscientizá-los. Concluindo, ao invés de punir, restringir ou proibir comerciais, porque não gastar energia em educar os pais por exemplo?
A Nanny não é a minha forma de educar, mas pelo menos ela faz esse esforço, o que eu acho muito mais válido do que fazer esse auê todo.
E outra coisa, a campanha nem tinha tanta repercursão assim, agora com esse reforço, deve ter alavancado alguma atenção.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Carta Aberta ao Conar


Duas recentes medidas do Conar referentes aos abusos da publicidade voltada para as crianças nos deixaram preocupados e ainda mais descrentes da atuação deste órgão com relação à proteção da infância.
A primeira foi a decisão de sustar a campanha da Telessena de Páscoa por anunciar para o público infanto-juvenil um produto que só pode ser vendido para maiores de 16 anos (de acordo com regulamentação da SUSEP). A segunda foi a advertência dada pelo Conar à Ambev, com relação ao ovo de páscoa de cerveja da Skol.
Ambas atitudes do Conar seriam dignas de aplausos – se tivessem sido tomadas quando as campanhas publicitárias estavam no ar, na Páscoa, em março. Mas o Conar só agiu em junho, quando as campanhas já não eram mais veiculadas.
Com isso, não houve nenhum impedimento para que a mensagem indevida da Telessena atingisse impunemente milhões de brasileirinhos e que a Ambev promovesse bebida alcoólica através de um produto de forte apelo às crianças. A advertência à Skol é ainda mais ineficaz, pois não impede que no próximo ano, produto semelhante seja oferecido.
O Movimento Infância Livre de Consumismo vê nessas decisões a comprovação de que o atual sistema de autorregulamentação praticado pelo mercado publicitário brasileiro é lento, omisso e ineficiente. Fato ainda mais grave quando se trata da defesa do público infantil.
Por isso, exigimos que a publicidade infantil sofra um controle externo como todas as atividades empresariais. Reiteramos nossa postura de que, sem leis e punição, jamais teremos uma publicidade infantil mais ética.
Nós, mães e pais, exigimos respeito à infância dos nossos filhos e solicitamos que estas duas atuações não constem dos autos do Conar como casos de sucesso. Contabilizar pareceres dados depois que as campanhas saíram do ar, como exemplo da firme atuação do Conar, é propaganda enganosa. E isso contraria o tal Código de Autorregulamentação que os publicitários insistem em tentar nos convencer que funciona.
(Este texto faz parte de uma blogagem coletiva proposta pelo Movimento Infância Livre de Consumismo juntamente com blogs parceiros. Este movimento é composto por pais e mães que desejam uma regulamentação séria e eficiente da publicidade voltada para crianças. Para saber mais acesse: http://www.infancialivredeconsumismo.com.br)

domingo, 24 de junho de 2012

Mães de Troca

Ainda pensando em como ter uma vida "simples" em São Paulo, resolvi criar um grupo de trocas no Facebook.
Você mãe, que tem os armários cheios de coisas que não usa mais;
Você mãe, que não quer queimar as coisinhas lindas dos seus filhos nos brechós;
Você mãe, que sempre precisa comprar coisas novas na idade adequada do seu filho;
Você mãe, que sabe fazer algo bacana, e quer oferecer o seu serviço em troca de um produto;
Você mãe, que consome de forma consciente, e quer ser ainda mais sustentável;


No Mães de troca, além de trocar experiências, podemos trocar produtos e serviços com outras mães, como roupinhas por uma encomenda de cupcakes, brinquedos por um logotipo de uma mãe designer.
Para participar do grupo dê um like na página e avisa as amigas!

 É simples:
. Se você deseja algo específico, não apenas procure. Exponha para o grupo o que você procura.
. Se você quer oferecer algo, mesmo sem saber bem o que procura, conte pra gente. Sempre haverá uma mãe com algo para oferecer em troca.
. Coloque o valor do seu produto na nossa moeda de troca, afinal vai ser difícil avaliar se vale a pena trocar uma boneca por uma roupinha. "R$ 1,00" corresponde à "1 MT".

Regrinhas importantes:
1. Só ofereça produtos em bom estado (não precisava nem falar né?)
2. Se fizer um compromisso, cumpra! Não é porque é uma troca que você não deve tratar com o mesmo profissionalismo de sempre.
3. Seja educada :)
4. Por favor não comercialize nada em dinheiro. Não é essa a ideia.
5. Não nos responsabilizamos pelas negaciações, ok?

domingo, 17 de junho de 2012

O que mudou?

Há 3 semanas saímos de Portugal, e agora tudo que a gente faz dizemos "faz um ano que não fazemos isso", como se tudo estivesse fazendo aniversário. De todas as coisas, a que eu mais gosto é "um ano sem carro". Coisa inimaginável em São Paulo.
As 3 primeiras coisas que eu queria fazer quando eu chegasse, já fiz:
. cortar o cabelo (ufa!)
. ir num rodízio japonês e me acabar
. comer açaí

Agora, estou me acostumando com algumas coisas e desacostumando com outras:

.não preciso (e nem devo) carregar máquina fotográfica na bolsa
.quase não ando apé
.sinto falta do meu filho se fico só algumas horas sem ele
.ter uma linda vista da cidade, não é uma vista linda

e não sei porque eu tenho tanta tralha.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Parabéns pra você namorada!

Parabéns a você, mulher, mãe que trabalha fora, e dentro de casa, que é blogueira, que busca o filho na escola, que cozinha, que faz academia, dança e pilates, que tem hobbies, que faz a unha toda semana, que estuda, que lê jornal, que tem opinião, que tem vida social, que se preparou para o dia dos namorados, que comprou presente, que preparou uma noite especial, que não esquece nenhuma data importante, que tem uma agenda organizada, uma casa organizada, que já planejou a viagem de ano novo, ou o cardápio da semana. Pra você, meus parabéns. Sou sua fã.
(que fique bem claro que isso não é uma ironia, e que essa não sou eu.)

sábado, 2 de junho de 2012

Simples em São Paulo? Como??

Em 1 ano vivendo em Portugal aprendi muita coisa. Achei que estivesse preparada para encarar São Paulo, afinal, a cidade não teria mudado tanto assim em apenas 1 ano. Trânsito, correria, insegurança, eu já estava preparada para tudo isso.
Mas uma coisa engraçada aconteceu. Quando pisei em São Paulo de novo, a sensação foi de nunca ter saído. Era a mesma Carol de um ano atrás, acelerada, como se eu não tivesse aprendido nada.
Nada mudou mesmo, alguns prédios novos, mais carros na rua, novas lojinhas no bairro. Falando em bairro, o meu, era apenas um bairro, já movimentado, mas com as lojinhas locais, a padaria do vizinho, a empresa do amigo. Agora, meu bairro está tão profissional, com redes, franquias, multinacionais, que estranhei um pouco.
E a minha rotina que era praia-parquinho-casa, agora vai ser o que?
Colocou o pé na rua, pagou.
Fomos ao shopping, como todo paulistano que se preze. Dezessete reais um prato de comida, treze reais de estacionamento, dez reais um sorvete de yogurte, e aí me lembrei como é caro viver aqui!
E as coisas são caras não porque é o preço mesmo, mas sim porque a demanda é tão grande, que as pessoas pagam, faz fila!
Mas como ter uma vida simples em São Paulo, CO-MO?????
Como não entrar nesse ritmo, se o cara da fila tá te pressionando atrás de você, o carro te fecha no trânsito porque você anda na velocidade permitida, se ir ao parque é sinônimo de sufoco, lotação e cinco reais uma água?
Como, se andar de bicicleta na rua é um suicídio?
Como não ter um celular com internet se você passa mais horas no trânsito do que em casa? Sem contar que 99% das pessoas que você conhece, inclusive seu cabeleireiro, tem um Iphone 4?
Como fazer para vender suas coisas para comprar novas, se até as instituições de caridade estão recusando objetos, e você não pode confiar em ninguém para entrar na sua casa para comprar?
Como reciclar se não tem nem separação de lixo no seu condomínio? (Como assim?!!)
Como explicar para seu filho de 4 anos que todos aqueles brinquedos licenciados de trabalho escravo chinês que estão no supermercado e todas as informações que ele é exposto todos os dias não são bacanas?
Vai ser um desafio e tanto.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Desnecessidades

Taí meu umbigo com 1 ano que não me deixa mentir
Hoje vendo umas fotos antigas me arrependi profundamente de ter operado a hérnia no umbigo do meu filho, que tinha só 2 aninhos.
De uns tempos pra cá já tinha reparado que era muito comum ver o umbigo das crianças saltadinho, mas hoje eu vi meu próprio umbigo (literalmente) numa foto minha de quando eu era criança, e está lá a prova que eu não precisei de cirurgia nenhuma (mesmo grande, na gravidez, nunca aconteceu nada.)

Mais uma das coisinhas precipitadas que mães de primeira viagem fazem, quando alguém com Dr. na frente do nome manda fazer.

Eu admiro muito quem anda "maternando com apego" (do termo attachment parenting) - mas sem radicalices por favor, porque meu filho dorme muito bem na cama dele e eu na minha - e por estar lendo bastante sobre isso, tento colocar em prática no meu dia-a-dia os conceitos que mais me identifico na criação dele.

Já vi que não é mesmo fácil, e por mais que as pessoas tentem ser respeitosas, é difícil entender uma forma de criação diferente da que fomos nós mesmos criados, e a comparação é espontânea "eu fiz assim, comi assim, estudei assim, e sou uma pessoa normal, então pra que inventar moda??"

Pois eu acho que, a teria da evolução se aplica nesses momentos também, a gente veio pro mundo pra evoluir. Isso pra mim significa aprender com o passado e melhorar para o futuro.
Não é porque o cara apanhou do pai e cresceu muito bem obrigado, que precisa bater no filho. Não descobriu que há outras formas de resolver o problema?

Bater ou não bater e todos os outros pontos sobre como educar os filhos (desde dormir junto com os pais, alimentação à educação financeira) são naturalmente questionados quando se faz de forma "diferente". O desafio é estar sempre preparada para explicar o porquê você não quer que seu filho estude na escola tradicional ou porquê você não quer dar remédio para a febre do seu filho (vai encarar a médica do PS?).

O mais engraçado é que tenho que me autoquestinar o tempo todo, por que sem querer, e porque fomos criados assim, a gente repete automaticamente o que aprendeu, como se fosse a única verdade.
Não há verdades, não há métodos. Há experiência e há intuição.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Chegamos bem

Chegamos em São Paulo, depois virar noite, praticar desapego deixando tudo que não cabia na mala pra trás, 10 horas de vôo, 9 malas (fora o gato e a prancha de surf), algum stress, alguma melancolia, e alguma indigestão da comida do avião. Estamos bem, muito bem. Afinal, chegamos antes mesmo da família que iria nos buscar no aeroporto. Mais de 3 horas no trânsito. Welcome. Essa é nossa nova realidade. Minha mãe estava lá (ufa!) e depois dos abraços explicou que a presidente facilitou (mais) a compra do carro zero e por isso a demora. Chegando na cidade eu entendi a estratégia. Além de movimentar a economia, esvaziar os pátios, e manter o bom relacionamento com as montadoras, ela quer mesmo que as pessoas fujam. Quanto mais trânsito melhor. É a maneira mais rápida de expulsar o excesso de gente em São Paulo. Doloroso mas inteligente. Me lembrou a frase que está escrito no metro Parque lá em Lisboa: "Se queres mel, suporte as abelhas". Acho que vai ser um sucesso Dilma, eu mesma nem cheguei e já quero ir embora.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bye Bye


Mais do conhecer lugares novos, culturas novas, pessoas novas, o que eu mais gostei de conhecer nesse 1 ano fora do Brasil foi: eu mesma.
Tive diferentes fases.
Fase de cozinhar, fase de construir brinquedos, fase de trabalhar, fase de reclusão, fase de viajar, fase de emagrecer, fase de engordar.
Essa viagem significa muito mais do que um descanso, um intercâmbio, um sabático. Pra mim, é a realização de um sonho de longa data. Pode parecer um sonho simplório, mas era meu, e quando apareceu marido e filho, tinha que ser nosso.
Não é todo marido que topa, sorte a minha ter um que não só topou como abraçou o desejo para ele também.

Nunca me senti enraizada em um lugar. Coisa de aquariana. Não é à toa que aos 19 anos fiz uma tatuagem de um globo terrestre (ah mãe, você sempre soube vai? heheh). 10 anos se passaram, e meu sentimento é o mesmo: pertenço ao mundo. (ou só não gosto de São Paulo mesmo ;))

O saldo final é excelente (não da conta bancária, claro.)
Mas não tem preço ser mãe 100%. Quando meu filho tropeçou, fui eu que o segurei, quando ele chorou, fui eu que o consolei, quando ele falou errado, fui eu que o corrigi. Não foi fácil.
Eu poderia deixa-lo na escola de manhã e buscá-lo no fim da tarde alimentado, educado e me poupado de preparar um almoço saudável ou de pensar cuidadosamente em que palavras eu deveria usar numa bronca. Mas não há nada mais prazeroso e gratificante do mundo ficar com ele 24hs. Tive a oportunidade e aproveitei. Na verdade, foi por pouco.
Aprendi a ouvir minha intuição, e agora me sinto mais segura para enfrentar quem me disser algo que eu me sinta desconfortável, como obrigar meu filho comer sopa simplesmente porque todos os alunos da escola tomam. Ele não foi mais à escola e foi a melhor decisão depois de vir pra cá. Mas isso é tema para outro post.

Faltam poucos dias para eu voltar ao Brasil, e provavelmente é meu último post em Portugal porque estou às voltas com a burocracia para mudar de país.

Levo o que der nas malas, um gato vira lata, e no peito um coração feliz, mesmo com a confusão de sentimentos de ainda achar que foi bom, intenso, mas rápido demais.

sábado, 12 de maio de 2012

E se fosse com você?

A empresa chamou, fez a proposta, apertou a mão, pediu documentos, mandou assinar papéis, marcou a data pra começar.

A pessoa convenceu a esposa, negociou salário, fez planos, compras, compromissos, colocou o filho na escola, a esposa abriu empresa, quebrou contratos, fez novos contratos, adiou viagens, avisou a família, comemorou, recusou outros trabalhos, e na véspera de começar, veio a bomba.

A empresa desistiu da contratação.

Ou a pessoa tem um passado negro, ou é mesmo muita irresponsabilidade da empresa.


A primeira hipótese está descartada, o que nos resta, a segunda.

A justificativa é das mais estapafúrdias. A empresa não contrata estrangeiros. Uma multinacional que não contrata estrangeiros? Nunca ouvi falar.
Ou talvez seja uma desculpa esfarrapada para não contratar um estrangeiro em plena crise. Ia pegar meio mal. Afinal, nada mais justo oferecer um dos poucos empregos do país para uma pessoa do próprio país. Certo?
Há controvérsias.
De onde eu venho isso tem nome, e bem feio, se chama xenofobia. É por isso que duvido muito que seja uma prática legalizada.
O que aconteceu foi real, a tal esposa sou eu. E não foi bacana, tenho que dizer.
Primeiro pela atitude de fazer uma proposta sem saber as regras. É muita falta de profissionalismo. Segundo pela regra em si, se é que ela existe.
A empresa entregou até Manual de Conduta de funcionário. Estou pensando se devo retribuir entregando um Manual de Conduta para a empresa.
Quando meu irmão foi morar na Austrália achei o máximo. Quando voltou perguntei à minha cunhada se ela não ficaria lá pra sempre. Ela me disse uma coisa que me marcou.
"Não importa quanto tempo você fique, você sempre será um estrangeiro."

O fato é que a relação entre brasileiros e portugueses vai muito além de colonizados e colonizadores.
Este comportamento do séc. XV nunca esteve tão atual.
A tal empresa, mesmo sendo multinacional, prefere um português, com qualificação inferior (para não ouvir mimimi), a infringir as tais regras que a tornariam melhor, mais competitiva, contratando um brasileiro.
E de quebra, iria aprender o significado de: legal, estapafúrdio, bacana, esfarrapado e mimimi.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

As pequenas grandes diferenças entre brasileiros e portugueses


Nós, brasileiros, gostamos de outras culturas, de viajar, de explorar. Em qualquer lugar do mundo haverá um brasileiro curioso e de peito aberto.

Não estamos acostumados com muitos estrangeiros na nossa terra, e justamente por isso, adoramos todos eles. Quanto mais diferente, mais bacana. 
Brasileiros sabem lidar com a crise. Nascemos nela, a gente se vira nos 30. Sabemos o que é ver o dinheiro sumir da conta no banco, ver o preço das coisas subindo e descendo de minuto em minuto. Acho que é por isso que somos naturalmente criativos.
Brasileiros são solícitos, empenhados, trabalhadores. Não é lenda.
Brasileiros também têm seus defeitos, e não são poucos. Corrupção, oportunismo, e até violência gratuita. Afinal somos vários países num só. Tudo muito grande, muita gente, muitas crenças.
Portugal é pequeno, aconchegante. Estaria mentindo se dissesse que não fomos bem recebidos.
Mesmo ouvindo os desaforos do garçon, os mimimi´s dos taxistas, as pessoas falando em cima sem deixar espaço para falar, o bar me mandando embora às oito da noite em horário de verão em plena crise. É um bom país.
Há história por todo lado, céu incrivelmente azul praticamente todos os dias, e o que considero mais importante: segurança. É este o fator que distancia a qualidade de vida entre Brasil e Europa (e mais 80% do mundo).
Lugar que tem segurança tem gente na rua. Lugar com gente na rua, é rua cheia de lojas, cheia de coisas bacanas, praças, feiras, conversas, sorvetes, pôr do sol. Vou sentir saudade.
Vou levar o que puder. As lembranças, as fotos, e o mais importante, os amigos. Poucos, mas muito bons amigos.
 Já estou no clima de despedida. E não vai ser nada fácil.
(isso tudo para entrar no clima do próximo post-desabafo :)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Meus últimos dias de sabático

Já vai fazer um ano. Dizer que passou rápido é meio clichê, passou rápido, mas eu curti.
Últimos dias de uma vida e há alguns dias de uma nova, de novo.
São os últimos dias também para quem quiser comprar minhas coisas que estou praticamente doando.
Está tudo lá em
www.blogfamiliavendetudo.blogspot.com

domingo, 6 de maio de 2012

Água viva na garrafa

Vi essa ideia no Pinterest (difícil essa coisa de dar créditos, eu não sei mesmo onde).
Achei muito bacana. Com um pequeno pedaço de saco plástico transparente, faz-se uma bolha pequena de ar, fecha com uma fitinha do próprio plástico e o que sobra faz-se tiras na vertical, como tirinhas de tentáculos.
Colaca-se numa garrafa com água (um pouquinho de tinta azul para dar esse efeito) e pronto.
A água viva sobe e desce lindamente ao movimentar a garrafa.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dia das mães

Por aí

Sumi. Fui viajar. Esqueci de postar. Lembrei de outras coisas. Muitas coisas. Pendências. Fazer malas. Desfazer malas. Fazer malas de novo. Não há mais rotina. Também não há mais cama, sofá, mesa. Já está quase na hora de partir. Tá aqui meus últimos dias. Amterdam, Londres, Barcelona. Fantástico.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Hoje

Hoje encaramos a chuva, e vencemos.
Hoje sentimos "cheiro do Brasil" na comida (mais especificamente a casa da vovó).
Hoje praticamos o desapego.
Hoje tomamos sorvete de "fruti-fruti"
Hoje fizemos malas.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Ben 10 e eu

Produção e foto: meu filho

Meu filho sempre preferiu ouvir uma história a jogar bola, brincar de carrinhos a subir em árvores, vídeo game a... qualquer outra coisa.
Mesmo pequenino, já era mais intectual do que as outras crianças.
A primeira professora logo comentou que a fala dele era muito boa, inclusive o português sempre corrreto. Era concentrado nas brincadeiras, inteligente mesmo.
Até que esses dias voltamos ao tal médico Waldorf. E sempre há uma coisa nova a aprender.
Logo ele também percebeu a característica, nem precisou de muito. Meu filho começou a contar de-ta-lha-da-men-te os poderes de um tal alienígena do Ben 10.
E então o médico fez uma cara assim, digamos, diferente, quando disse que meu filho era bastante intelectual.
Meu marido abriu um sorrisinho de orgulho.
Eu, sabia que um médico Waldorf não devia ter gostado nada de ouvir coisas do Ben 10, um desenho violento e desaconselhável para qualquer idade, principalmente para uma criança de apenas 3 anos (mesmo sendo na semana de completaria 4).
Então eu perguntei: isso é bom ou ruim?
- É ruim, claro.
(tipo, oi??)
Ele explicou que nesta idade, criança tem que brincar, correr, subir em árvore. Que era por isso que ele não estava comendo direito, porque não gastava energia, que a tv alimenta também.
E de repente, era tudo tão óbvio, senti aquela culpa enorme.
É natural que toda mãe tenha alguma culpa, sempre. Mas a gente vai aprendendo a lidar com ela, e ao invés de culpa vamos transformando em aprendizado. Eu vou me perdoando para não carregar o peso de tudo, afinal, criar uma criança sem escola, em um apartamento, numa cidade que não tenho família e pouquíssimos amigos, no frio, tendo que trabalhar, cuidar da casa, cozinhar e tudo mais que somos nós mulheres? Mesmo me dedicando, não é nada fácil.
Mas sempre (ou quase sempre) há tempo para reverter. Nesse caso, estou muito confiante que é possível.
Foi muito bom ouvir isso, porque o "relacionamento" com o Ben 10 já era preocupante para mim há algum tempo. Já estava uma coisa meio viciada, doentio. Só sabia falar nisso. Vivia num mundo paralelo, vivia a "realidade" da tv, enxergava com os olhos dela, então eu já sabia que o caminho não estava nada bom.
Pedia o brinquedo do Ben 10, o ovo de Páscoa do Ben 10, e queria ir ao supermercado toda hora só para olhar os brinquedos do Ben 10. Eu que não sou de ferro, quase sempre comprava para vê-lo todo feliz. E a coleção só crescia.
Ele acordava e já ligava o Cartoon, assistia o desenho em inglês sem entender nada! (acho que no fundo, esse ponto eu gostava).
Tomei a atitude.
Voltei da consulta e não liguei mais a TV. Nem uma vezinha, só pra ver como ia ser. E já faz 3 dias!
E o mais surpreendente: ele não pediu.
Simplesmente não fez a menor diferença, mesmo sendo algo que já estava incorporado na rotina.
Eu achava que iria ser "o" sofrimento, e foi o contrário. Ele ficou mais calmo, ouve mais música, faz menos birra, incrível.
E aí, o que eu achava que era 90% responsabilidade minha (os outros 10% era meu filho que gostava mesmo da tv) se transformou em 100%. "Filho, tô ocupada, liga aí a tv". A coisa estava tão avançada que quando eu ia pro computador ele já sabia que podia pedir o Ipad.
Não sei, a gente acha que a tv substitui a gente. Quanta ingenuidade.
Estamos todos mais felizes, com certeza o dia-a-dia dele tem mais qualidade.
O segundo passo é parar de incentivar essa palhaçada dessas armadilhas comerciais (sim, publicitários também são gente e caem nas mesmas armadilhas que todo mundo), deixar a culpa pra lá e ser feliz! Ah, e ouvir mais a minha mãe, que seeeeempre me falou que a tv (mal utilizada) é atraso de vida.

domingo, 15 de abril de 2012

O prazo está acabando!

Se quer ganhar, tem que participar!
E tem que correr! A Trapos e Monstros está recebendo desenhos de crianças até dia 20 de abril, e anunciará o desenho que vai ganhar o boneco dia 23.
Lembrando que vale para o Brasil e países da UE.

sábado, 14 de abril de 2012

Aniversário (simples) em casa

Chegou o aniversário do meu filho, e eu queria que fosse um dia especial.
Um verdadeiro desafio, já que não haveria avós, tios, primos, crianças, buffet, animadora, piscina de bolinha, 50 presentes, nada disso.
Eu disse a ele que haveria uma festa. Um casal de amigos com uma filha da idade do meu filho viriam, pessoas fantásticas. Então estava resolvido, haveria uma festa.
Eu não poderia exagerar na comida, nem na decoração. Tudo muito simples. Mas tinha que ter cara de festa.
Para que o dia fosse memorável, tentei usar o tema que ele mais gosta, Ben 10. De forma muuuito cuidadosa é claro, porque pra mim essas festas temáticas de personagens passam muito perto de ficar  um horror. Então minha intenção era só remeter ao tema. Recortei algumas cartolinas, tags, bandeirolas e pronto. A comida também fiz tudo aqui em casa mesmo, nada muito complexo. Fazer brigadeiros com uma criança faz a gente ser criança de novo...
E ficou assim!
E o dia foi fantástico, pessoas bacanas, comidinhas gostosas (e saudáveis!) e tenho certeza que foi especial e inesquecível para meu filho.





terça-feira, 10 de abril de 2012

Hipocrisia rotineira

Eu como carne. Pouquíssima, mas como. Não deixo de ir à restaurantes ou jantar na casa de amigos por causa da comida, que inevitavelmente, será algum tipo de carne. Aqui em casa, procuro comer uma ou duas vezes por semana no máximo. Uma diferença drástica para quem cresceu comendo carne em to-das as refeições.
Mas o que tem me incomodado, é gente falando por aí que é defensor de animal, ONG e tudo, mas está lá no terraço fazendo um churrasquinho.
Eu já penso sobre isso há algum tempo, mas faltava coragem pra dizer. Até porque, não é do meu feitio julgar as pessoas pelo que fazem ou deixam de fazer, cada um com sua vida.
Mas hoje acordei com vontade de dizer isso, porque parece que não há uma associação lógica entre "animais" e "animais de estimação". Sinto que há um vazio gigante que distingue os dois, e não consigo entender por quê. Não deveriam estar todos eles na categoria "animais"?
Acho que a carne no supermercado hoje em dia é tão "industrializada", vem tão bem empacotadinha, que nem se percebe que é um animal. É um produto, um alimento, como outro qualquer. Simplesmente se esquece, ou se quer fazer esquecer que é um animal. Pode ser que sim, não posso discordar.
Uma vaca, por mais "politicamente correta" que seja a sua morte, nasceu e cresceu para ser comida.
Eu não como (muita) carne, não só porque "tenho dózinha" dos bichinhos. Mas também porque trazem um prejuízo enorme para o planeta. Ao invés de plantações, estão os pastos que contaminam o solo, a água e o ar. Tudo de uma vez só.
E a minha ânsia é saber se não ligam por falta de informação (o que me surpreenderia muito com o acesso que temos hoje, levando em conta ainda que aquele documentário "A carne é fraca" deve ter quase uns 10 anos, fora outros antes e depois dele) ou se é mesmo muito pouco caso.
Ah, mas pros animais domésticos sobra disposição lá no Facebook. Então só posso pensar que: ou é ignorância ou é hipocrisia.