quinta-feira, 31 de maio de 2012

Desnecessidades

Taí meu umbigo com 1 ano que não me deixa mentir
Hoje vendo umas fotos antigas me arrependi profundamente de ter operado a hérnia no umbigo do meu filho, que tinha só 2 aninhos.
De uns tempos pra cá já tinha reparado que era muito comum ver o umbigo das crianças saltadinho, mas hoje eu vi meu próprio umbigo (literalmente) numa foto minha de quando eu era criança, e está lá a prova que eu não precisei de cirurgia nenhuma (mesmo grande, na gravidez, nunca aconteceu nada.)

Mais uma das coisinhas precipitadas que mães de primeira viagem fazem, quando alguém com Dr. na frente do nome manda fazer.

Eu admiro muito quem anda "maternando com apego" (do termo attachment parenting) - mas sem radicalices por favor, porque meu filho dorme muito bem na cama dele e eu na minha - e por estar lendo bastante sobre isso, tento colocar em prática no meu dia-a-dia os conceitos que mais me identifico na criação dele.

Já vi que não é mesmo fácil, e por mais que as pessoas tentem ser respeitosas, é difícil entender uma forma de criação diferente da que fomos nós mesmos criados, e a comparação é espontânea "eu fiz assim, comi assim, estudei assim, e sou uma pessoa normal, então pra que inventar moda??"

Pois eu acho que, a teria da evolução se aplica nesses momentos também, a gente veio pro mundo pra evoluir. Isso pra mim significa aprender com o passado e melhorar para o futuro.
Não é porque o cara apanhou do pai e cresceu muito bem obrigado, que precisa bater no filho. Não descobriu que há outras formas de resolver o problema?

Bater ou não bater e todos os outros pontos sobre como educar os filhos (desde dormir junto com os pais, alimentação à educação financeira) são naturalmente questionados quando se faz de forma "diferente". O desafio é estar sempre preparada para explicar o porquê você não quer que seu filho estude na escola tradicional ou porquê você não quer dar remédio para a febre do seu filho (vai encarar a médica do PS?).

O mais engraçado é que tenho que me autoquestinar o tempo todo, por que sem querer, e porque fomos criados assim, a gente repete automaticamente o que aprendeu, como se fosse a única verdade.
Não há verdades, não há métodos. Há experiência e há intuição.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Chegamos bem

Chegamos em São Paulo, depois virar noite, praticar desapego deixando tudo que não cabia na mala pra trás, 10 horas de vôo, 9 malas (fora o gato e a prancha de surf), algum stress, alguma melancolia, e alguma indigestão da comida do avião. Estamos bem, muito bem. Afinal, chegamos antes mesmo da família que iria nos buscar no aeroporto. Mais de 3 horas no trânsito. Welcome. Essa é nossa nova realidade. Minha mãe estava lá (ufa!) e depois dos abraços explicou que a presidente facilitou (mais) a compra do carro zero e por isso a demora. Chegando na cidade eu entendi a estratégia. Além de movimentar a economia, esvaziar os pátios, e manter o bom relacionamento com as montadoras, ela quer mesmo que as pessoas fujam. Quanto mais trânsito melhor. É a maneira mais rápida de expulsar o excesso de gente em São Paulo. Doloroso mas inteligente. Me lembrou a frase que está escrito no metro Parque lá em Lisboa: "Se queres mel, suporte as abelhas". Acho que vai ser um sucesso Dilma, eu mesma nem cheguei e já quero ir embora.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bye Bye


Mais do conhecer lugares novos, culturas novas, pessoas novas, o que eu mais gostei de conhecer nesse 1 ano fora do Brasil foi: eu mesma.
Tive diferentes fases.
Fase de cozinhar, fase de construir brinquedos, fase de trabalhar, fase de reclusão, fase de viajar, fase de emagrecer, fase de engordar.
Essa viagem significa muito mais do que um descanso, um intercâmbio, um sabático. Pra mim, é a realização de um sonho de longa data. Pode parecer um sonho simplório, mas era meu, e quando apareceu marido e filho, tinha que ser nosso.
Não é todo marido que topa, sorte a minha ter um que não só topou como abraçou o desejo para ele também.

Nunca me senti enraizada em um lugar. Coisa de aquariana. Não é à toa que aos 19 anos fiz uma tatuagem de um globo terrestre (ah mãe, você sempre soube vai? heheh). 10 anos se passaram, e meu sentimento é o mesmo: pertenço ao mundo. (ou só não gosto de São Paulo mesmo ;))

O saldo final é excelente (não da conta bancária, claro.)
Mas não tem preço ser mãe 100%. Quando meu filho tropeçou, fui eu que o segurei, quando ele chorou, fui eu que o consolei, quando ele falou errado, fui eu que o corrigi. Não foi fácil.
Eu poderia deixa-lo na escola de manhã e buscá-lo no fim da tarde alimentado, educado e me poupado de preparar um almoço saudável ou de pensar cuidadosamente em que palavras eu deveria usar numa bronca. Mas não há nada mais prazeroso e gratificante do mundo ficar com ele 24hs. Tive a oportunidade e aproveitei. Na verdade, foi por pouco.
Aprendi a ouvir minha intuição, e agora me sinto mais segura para enfrentar quem me disser algo que eu me sinta desconfortável, como obrigar meu filho comer sopa simplesmente porque todos os alunos da escola tomam. Ele não foi mais à escola e foi a melhor decisão depois de vir pra cá. Mas isso é tema para outro post.

Faltam poucos dias para eu voltar ao Brasil, e provavelmente é meu último post em Portugal porque estou às voltas com a burocracia para mudar de país.

Levo o que der nas malas, um gato vira lata, e no peito um coração feliz, mesmo com a confusão de sentimentos de ainda achar que foi bom, intenso, mas rápido demais.

sábado, 12 de maio de 2012

E se fosse com você?

A empresa chamou, fez a proposta, apertou a mão, pediu documentos, mandou assinar papéis, marcou a data pra começar.

A pessoa convenceu a esposa, negociou salário, fez planos, compras, compromissos, colocou o filho na escola, a esposa abriu empresa, quebrou contratos, fez novos contratos, adiou viagens, avisou a família, comemorou, recusou outros trabalhos, e na véspera de começar, veio a bomba.

A empresa desistiu da contratação.

Ou a pessoa tem um passado negro, ou é mesmo muita irresponsabilidade da empresa.


A primeira hipótese está descartada, o que nos resta, a segunda.

A justificativa é das mais estapafúrdias. A empresa não contrata estrangeiros. Uma multinacional que não contrata estrangeiros? Nunca ouvi falar.
Ou talvez seja uma desculpa esfarrapada para não contratar um estrangeiro em plena crise. Ia pegar meio mal. Afinal, nada mais justo oferecer um dos poucos empregos do país para uma pessoa do próprio país. Certo?
Há controvérsias.
De onde eu venho isso tem nome, e bem feio, se chama xenofobia. É por isso que duvido muito que seja uma prática legalizada.
O que aconteceu foi real, a tal esposa sou eu. E não foi bacana, tenho que dizer.
Primeiro pela atitude de fazer uma proposta sem saber as regras. É muita falta de profissionalismo. Segundo pela regra em si, se é que ela existe.
A empresa entregou até Manual de Conduta de funcionário. Estou pensando se devo retribuir entregando um Manual de Conduta para a empresa.
Quando meu irmão foi morar na Austrália achei o máximo. Quando voltou perguntei à minha cunhada se ela não ficaria lá pra sempre. Ela me disse uma coisa que me marcou.
"Não importa quanto tempo você fique, você sempre será um estrangeiro."

O fato é que a relação entre brasileiros e portugueses vai muito além de colonizados e colonizadores.
Este comportamento do séc. XV nunca esteve tão atual.
A tal empresa, mesmo sendo multinacional, prefere um português, com qualificação inferior (para não ouvir mimimi), a infringir as tais regras que a tornariam melhor, mais competitiva, contratando um brasileiro.
E de quebra, iria aprender o significado de: legal, estapafúrdio, bacana, esfarrapado e mimimi.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

As pequenas grandes diferenças entre brasileiros e portugueses


Nós, brasileiros, gostamos de outras culturas, de viajar, de explorar. Em qualquer lugar do mundo haverá um brasileiro curioso e de peito aberto.

Não estamos acostumados com muitos estrangeiros na nossa terra, e justamente por isso, adoramos todos eles. Quanto mais diferente, mais bacana. 
Brasileiros sabem lidar com a crise. Nascemos nela, a gente se vira nos 30. Sabemos o que é ver o dinheiro sumir da conta no banco, ver o preço das coisas subindo e descendo de minuto em minuto. Acho que é por isso que somos naturalmente criativos.
Brasileiros são solícitos, empenhados, trabalhadores. Não é lenda.
Brasileiros também têm seus defeitos, e não são poucos. Corrupção, oportunismo, e até violência gratuita. Afinal somos vários países num só. Tudo muito grande, muita gente, muitas crenças.
Portugal é pequeno, aconchegante. Estaria mentindo se dissesse que não fomos bem recebidos.
Mesmo ouvindo os desaforos do garçon, os mimimi´s dos taxistas, as pessoas falando em cima sem deixar espaço para falar, o bar me mandando embora às oito da noite em horário de verão em plena crise. É um bom país.
Há história por todo lado, céu incrivelmente azul praticamente todos os dias, e o que considero mais importante: segurança. É este o fator que distancia a qualidade de vida entre Brasil e Europa (e mais 80% do mundo).
Lugar que tem segurança tem gente na rua. Lugar com gente na rua, é rua cheia de lojas, cheia de coisas bacanas, praças, feiras, conversas, sorvetes, pôr do sol. Vou sentir saudade.
Vou levar o que puder. As lembranças, as fotos, e o mais importante, os amigos. Poucos, mas muito bons amigos.
 Já estou no clima de despedida. E não vai ser nada fácil.
(isso tudo para entrar no clima do próximo post-desabafo :)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Meus últimos dias de sabático

Já vai fazer um ano. Dizer que passou rápido é meio clichê, passou rápido, mas eu curti.
Últimos dias de uma vida e há alguns dias de uma nova, de novo.
São os últimos dias também para quem quiser comprar minhas coisas que estou praticamente doando.
Está tudo lá em
www.blogfamiliavendetudo.blogspot.com

domingo, 6 de maio de 2012

Água viva na garrafa

Vi essa ideia no Pinterest (difícil essa coisa de dar créditos, eu não sei mesmo onde).
Achei muito bacana. Com um pequeno pedaço de saco plástico transparente, faz-se uma bolha pequena de ar, fecha com uma fitinha do próprio plástico e o que sobra faz-se tiras na vertical, como tirinhas de tentáculos.
Colaca-se numa garrafa com água (um pouquinho de tinta azul para dar esse efeito) e pronto.
A água viva sobe e desce lindamente ao movimentar a garrafa.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dia das mães

Por aí

Sumi. Fui viajar. Esqueci de postar. Lembrei de outras coisas. Muitas coisas. Pendências. Fazer malas. Desfazer malas. Fazer malas de novo. Não há mais rotina. Também não há mais cama, sofá, mesa. Já está quase na hora de partir. Tá aqui meus últimos dias. Amterdam, Londres, Barcelona. Fantástico.